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Evento no MP busca reunir conhecimentos para melhor proteger o patrimônio cultural
Evento no MP busca reunir conhecimentos
para melhor proteger o patrimônio cultural
Hoje, 17 de agosto, data em que se comemora o 'Dia Nacional do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural', o Ministério Público do Estado da Bahia deu início à 'II Semana do Patrimônio Cultural'. A programação, que é aberta ao público, foi iniciada com um seminário no Museu Eugênio Teixeira Leal (Pelourinho) sobre o samba de roda e as medidas protetivas adotadas pelas instituições após 10 anos de reconhecimento como patrimônio da humanidade. Pela manhã, foi aberta a Mostra da Coleção de Arte Popular Centro Cultural Solar Ferrão, que pode ser visitada das 8h às 18h, na sede do MP, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), até o dia 17 de setembro. O objetivo da Semana Cultural, segundo seu idealizador, promotor de Justiça Edvaldo Vivas, é promover uma maior conscientização cultural entre os integrantes do MP.
O evento é promovido pelo Centro de Apoio Operacional de Meio Ambiente e Urbanismo (Ceama), Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf) e Núcleo de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Nudephac), coordenado por Edvaldo Vivas que, durante o seminário, destacou a importância de entender mais sobre o samba de roda debatendo com pessoas e instituições envolvidas com o tema. Segundo ele, o MP tem entre seus papeis garantir a salvaguarda dos patrimônios material e imaterial e “precisa entender para atuar, tendo total interesse em trabalhar a favor do samba de roda.”
Após a abertura do evento, feita pelo coordenador do Nudephac, a professora da Uneb, Catarina Döring, uma alemã que há 21 anos chegou ao Brasil e vem pesquisando os saberes da tradição oral tendo desenvolvido uma tese de doutorado sobre a história de vida dos sambadores, falou sobre o samba de roda ao longo dos 10 anos após o reconhecimento como patrimônio da humanidade. A princípio, seu interesse foi despertado pela capoeira, mas depois ela percebeu que as manifestações culturais estão envolvidas e que o samba de roda alavanca essas manifestações. Ao longo desse tempo, em que foi testemunha de todo o processo que levou ao reconhecimento pela Unesco, ela notou que, apesar de toda a complexidade dos problemas vividos pelas pessoas, o crescimento dos sambadores tem sido impressionante. Para Catarina Döring, o reconhecimento é algo complexo e envolve questões de vários níveis como econômico, acadêmico, cultural e político. Ela afirma que, sendo de fora, faz uma leitura mais aprofundada da questão e constata que “a coisa da baianidade é muito forte, mas existe muito discurso, todos que se dispõem a fazer alguma coisa acham que o patrimônio é seu a ponto de, até os próprios sambadores, acharem que o que mais conta é a articulação política.”
Representantes de órgãos envolvidos com a proteção do patrimônio histórico e cultural também participaram, como o diretor geral do Ipac João Carlos de Oliveira e o coordenador de preservação e fomento no Centro de Culturas Populares e Identitárias da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, Mateus Torres, sendo traçado um histórico sobre a legislação do patrimônio histórico do Brasil desde 1930 até início do século XXI. A 'II Semana do Patrimônio Cultural' tem a finalidade de promover uma educação patrimonial e despertar membros e servidores para a importância do patrimônio histórico e cultural.
Fotos: Humberto Filho (Cecom/MPBA)