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28/09/2018 - 15:10
Redator:
George Brito (DRT-BA 2927)
Programa 'Escola Sustentável' promove oficinas de capacitação de merendeiras e agricultores familiares
O programa 'Escola Sustentável', desenvolvido pelo Ministério Público estadual em prol da melhoria da capacidade nutricional da alimentação em unidades de ensino da Bahia, promoveu neste mês de setembro oficinas de capacitação de cozinheiras, merendeiras e agricultores familiares dos municípios de Serrinha, Teofilândia, Biritinga e Barrocas, onde está sendo implantado inicialmente o programa, em toda rede escolar, abrangendo mais de 30 mil estudantes.
Segundo a promotora de Justiça Letícia Baird, gerente e idealizadora do 'Escola Sustentável', as oficinas com as merendeiras foram realizadas entre os dias 10 e 14 de setembro, nas quais as cozinheiras foram treinadas por um chef de cozinha especializado para preparar as novas receitas que integrarão o cardápio do semestre. A promotora explicou que o treinamento é realizado a cada semestre, com apoio de uma equipe técnica da Humane Society International (HSI), uma organização internacional que coopera voluntariamente com o programa. “O 'Escola Sustentável' preocupa-se não só com a elevação do aporte nutricional da alimentação escolar, mas, sobretudo, no oferecimento de merenda saborosa”, afirmou Baird.
Já no último dia 19, foi realizada uma oficina com microempreendedores dos quatro municípios, em que foram debatidos os parâmetros de segurança alimentar e nutricional definidos pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e os encaminhamentos para melhor compreensão dos canais de demanda de produtos sustentáveis. O evento foi promovido em parceria com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), cujos técnicos esclareceram aos agricultores o potencial de agregação de valores aos itens produzidos por eles. Segundo a promotora Letícia Baird, que fez a apresentação do programa, o evento também foi um momento de articulação com o objetivo de “unir esforços para o cumprimento do PNAE”. Ela explicou que, no mínimo, 30% dos recursos devem ser usados para adquirir produtos da agricultura familiar para fins de uso na alimentação escolar.
Nesse último evento, representantes de secretarias municipais e do Estado falaram sobre a experiência de implementação do programa. O consultor técnico Arnaldo de Campos, da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), vinculada à SDR, afirmou que o programa 'Escola Sustentável' é atualmente a “grande novidade” dentro do PNAE, porque a alimentação à base de vegetais proporciona o fortalecimento objetivo da agricultura familiar. Já a secretária municipal de Educação de Biritinga, Valdiceia Leão, fez um relato sobre a implementação gradativa do programa no município. “No primeiro semestre, os professores, coordenadores e diretores trabalharam com nossos alunos a unidade toda sobre o programa. Os próprios alunos era que confeccionavam, e a gente via a alegria deles de estarem preparando esses alimentos saudáveis dentro da própria escola”, afirmou. A secretária contou também sobre um aluno que questionou porque não estava tendo comida saudável todos os dias. “Tive que explicar a garotinha que era gradativo, que no primeiro semestre era um dia, no segundo semestre aumentava para dois dias”, disse.
Programa estratégico
Implantado inicialmente nas unidades de ensino dos municípios de Serrinha, Barrocas, Biritinga e Teofilândia, desde o último mês de março, o ‘Escola Sustentável’ é um programa estratégico do MP baiano. Ele estimula melhorias na qualidade e quantidade da alimentação, por meio de programa suplementar, de modo a prevenir doenças como desnutrição, obesidade, diabetes, alergias, intolerâncias, hipertensão arterial e consequentes gastos públicos para tratamento destas enfermidades.
A ideia do ‘Escola Sustentável’ foi baseada no direito social à saúde e alimentação, previsto na Constituição Federal, e na Lei nº11.947/2009, que dispõe sobre a oferta eficiente, econômica e ambientalmente da alimentação escolar, contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de hábitos alimentares saudáveis dos alunos. Um outro objetivo do Programa é promover educação ambiental e humanitária por meio do estímulo à pesquisa científica sobre alimentação, horta escolar, direitos humanos, meio ambiente e direito dos animais.