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Falta de comunicação adequada contamina o ambiente e adoece as pessoas
Falta de comunicação adequada
contamina o ambiente e adoece as pessoas
Debruçar-se sobre si mesmo e enxergar-se nas relações em que vive. Adotando essas posturas consideradas fundamentais, é possível melhorar a qualidade dos relacionamentos inclusive no ambiente de trabalho. Ao tecer essas considerações, detalhando a influência das projeções na comunicação, o analista junguiano Francisco Masan, que realizou palestra hoje, dia 23, para servidores do Ministério Público estadual na sede Nazaré, declarou que somente através do amor e da generosidade o indivíduo conseguirá sair do egocentrismo, enxergando um pouco além dele. Ele considera que tudo está relacionado à falta de amor e as pessoas têm necessidade de se sentir amadas mesmo quando apresentam comportamentos controversos.
Para o palestrante, a comunicação é o grande desafio e o foco não está na intenção, mas nos resultados, sendo fundamental estar atento para ver se o outro entendeu o que queríamos dizer, fazendo o fluxo funcionar. Explica que a falta de comunicação adequada contamina o ambiente e adoece as pessoas. Por isso começou a palestra tecendo comentários sobre o conceito do servidor público, cuja tarefa é atender às necessidades coletivas, considerando uma lástima que algumas pessoas busquem chegar a cargos públicos apenas para ter estabilidade e/ou alguma regalia e não porque são vocacionadas, pois considera que elas não são meras cumpridoras de tarefas, mas agentes de transformação a serviço da cidadania.
A palestra foi promovida pelo Programa Labor e Vida, que foi criado pelo MP em 2010 tendo entre seus objetivos o fortalecimento da cidadania na cultura organizacional e o desenvolvimento pessoal, mediante ideias e ações educativas. Masan entende que é positivo o investimento em ações educativas de boa qualidade, levando a reflexões para as pessoas que devem estar sempre motivadas. Para ele, o grande desafio é fazer com que elas mantenham ao longo do tempo o mesmo entusiasmo que apresentam ao ingressar em cada serviço e quando se trata de serviço público esse desafio é ainda maior.
Especialista em terapia individual e de grupos, Masan falou sobre as teses de Carl Jung, passando pela consciência, inconsciente pessoal e coletivo e mostrou os cuidados que devemos ter ao interpretar qualquer situação. Explica que somos responsáveis pelo que comunicamos, mas não pela relação do outro diante de nossa comunicação e que o problema não está apenas nas interpretações equivocadas, mas na maneira como reagimos a elas. E deixou cinco caminhos que o servidor pode praticar para olhar dentro de si: peça aos outros que digam como o vê; questione-se sobre seus estados emocionais; examine seus atos falhos; perceba seu senso de humor e suas modificações; e estude seus sonhos, devaneios e fantasias.
Fotos: Humberto Filho - Cecom/Imprensa MPBA