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Oficina de trabalho capacita nutricionistas para programa Escola Sustentável
Um total de seis nutricionistas de Serrinha, Teofilândia, Barrocas e Biritinga foram capacitados hoje, dia 15, para atuar nas escolas municipais ligadas ao programa Escola Sustentável. A oficina de trabalho ‘Nutrição, Saúde e Sustentabilidade no contexto do Programa Nacional da Alimentação Escolar’, foi promovida pelo Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação do Ministério Público estadual (Ceduc), na sede da instituição em Salvador. Idealizadora do programa, a promotora de Justiça de Serrinha, Letícia Baird, destacou que a ideia é que todos os capacitados saiam preparados para “através de uma alimentação escolar baseada em vegetais, produzirem cardápios com maior potencial nutritivo, preventivo de doenças, para fim de racionalização dos recursos públicos e dos custos ambientais”. O evento foi aberto pelo coordenador do Ceduc, promotor de Justiça Valmiro Macêdo, que elogiou a iniciativa. Interessada em aderir ao projeto, a promotora de Justiça Pollyanna Quintela Falconery, de Nova Soure, compareceu acompanhada por seis nutricionistas técnicos dos municípios de Cipó, Ribeira do Amparo e Nova Soure.
A palestra de abertura foi ministrada pela conferencista internacional, a nutricionista Alessandra Luglio, que falou sobre o equilíbrio nutricional da alimentação sustentável, enfatizando a distribuição de nutrientes e os benefícios à saúde. Salientando o papel dos vegetais como base a alimentação, a nutricionista disse que não existe nenhuma dieta sem vegetais, ou mesmo com baixo teor de vegetais, capaz de atingir um nível nutricional satisfatório e saudável. “A proposta da alimentação sustentável é valorizar os vegetais, fazendo deles o centro de qualquer dieta”. Alessandra Luglio, que palestra em diversas partes do mundo, declarou sua satisfação de participar da iniciativa desenvolvia pelo MP baiano. “Esse projeto pioneiro tem a capacidade de assegurar uma alimentação enriquecedora a crianças que muitas vezes não têm o acesso a ela, seja por questões financeiras ou mesmo culturais”, frisou ela. De acordo com Alessandra, que visitou os municípios onde o projeto já está sendo implementado, a própria região tem condições de produzir todos os alimentos para uma nutrição completa. “Basicamente os grãos, cereais, frutas, verduras, legumes, sementes e castanhas produzidos na região podem assegurar 100% das necessidades diárias de qualquer nutriente sem nenhum tipo de equívoco”, concluiu.
A médica Renata Lago falou sobre o papel das dietas baseadas em vegetais na redução do risco das doenças cardiovasculares. Destacando que hoje a maior causa de morte no mundo são as doenças cardíacas, Renata lago disse que as pesquisas mais recentes já evidenciam a relação entre essas doenças e a alimentação à base de carnes, sobretudo as vermelhas e processadas. “Para evitar essas doenças, é importante ter uma boa alimentação desde a infância, por isso esse projeto é tão valioso”, explicou, acrescentando que as dietas à base de vegetais, também para os adultos, têm a capacidade de combater e, em alguns casos, até mesmo “reverter quadros de risco de doenças coronarianas”. A nutricionista Camila Almeida, falou da realidade em torno do “modismo” das dietas à base de vegetais. O evento contou ainda com as palestras, ‘Dietas baseadas em vegetais: risco para deficiências nutritivas’, da nutricionista Patrícia Carvalho; ‘Dietas baseadas em vegetais no desempenho esportivo’, com o fisiculturista vegano Paulo Victor Pinheiro, e ‘Alimentação e sustentabilidade: escolhas para menor impacto no meio ambiente’, com Alessandra Luglio. O encontro foi encerrado com uma mesa redonda sobre ‘Os desafios do PNAE no Âmbito da Administração pública, que teve como mediadoras a promotora e Justiça Letícia Baird e a nutricionista Iraciara Baraúna.
Fotos: Guilherme Weber (Rotag Fotografias)