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Amigos do Retiro S. Francisco buscam apoio do MP para evitar fechamento da casa
Amigos do Retiro S. Francisco buscam apoio
do MP para evitar fechamento da casa
Após receber, no final da tarde de ontem, dia 19, um grupo de amigos da Casa de Retiro São Francisco, que solicitou apoio do Ministério Público estadual no sentido de evitar o fechamento daquele que é considerado o único refúgio espiritual católico da América Latina, o procurador-geral de Justiça em exercício, José Gomes Brito, encarregou o assessor especial do MP, promotor de Justiça Cristiano Chaves, de colher um parecer sobre a situação a fim de verificar que medidas podem ser adotadas para solucionar a questão.
Na oportunidade, os “amigos” entregaram a Gomes Brito um documento onde relatam a situação de iminente desaparecimento da instituição e desvirtuamento da finalidade para a qual foi criada há 62 anos, pedindo “providências jurídicas cabíveis para a salvaguarda deste patrimônio imaterial, material e ambiental do povo de Salvador.” Da visita fizeram parte a procuradora do Trabalho Adélia Marelin, a vereadora Marta Rodrigues, Gildete Guimarães, Maria da Glória Machado, Maria Helena Rodrigues de Jesus e Yara Dulce Bandeira de Ataíde, todas moradoras próximas à área onde se situa a Casa de Retiro e vinculadas de várias maneiras à instituição.
Explicam que, ao longo dos anos, a Casa de Retiro São Francisco acolheu, sem discriminação de qualquer natureza, não somente os que buscam apoio espiritual, mas, também, os que buscam hospedagem em lugar tranquilo ou para convalescência de doenças, algumas delas terminais, além de objetivos marcadamente intelectuais e culturais como cursos de capacitação, atualização e aperfeiçoamento de instituições, como o próprio Ministério Público em seminários e outros eventos.
Segundo atestam os “amigos”, é de suma importância o atendimento médico e odontológico prestado em postos de atendimento de saúde à comunidade do entorno, bem como a realização de cursos de inclusão sociodigital, de artesanato, corte e costura, bazares para captação de recursos em prol dos mais necessitados. Daí considerarem relevante a ação institucional do Ministério Público “em defesa da integridade de sua existência Casa de Retiro e de seus propósitos de serviço ao semelhante, ameaçados publicamente de extinção por ordem do dirigente da Província Franciscana na Bahia, Frei Walter Schreiber, conforme denúncia já encaminhada ao grupo de Atuação Especial em Defesa dos Direitos dos Idosos (Geido) no início do mês em curso.”
As integrantes do grupo lembram que muitas delas foram alunas das freiras que depois de quase 50 anos no retiro receberam um prazo para deixaram o local, onde “já participamos de diversos eventos como grupos de oração, tudo sob a administração das freiras que sempre cuidaram tanto da parte religiosa quando da hospedagem e outras atividades.” A professora Adélia Marelin, inclusive, lembra que seu pai João Gabriel Marelin advogou durante muito tempo para as irmãs franciscanas na condição de voluntário.
A entidade, que fica situada em área nobre entre o Candeal e o Horto Florestal é considerada de utilidade pública, tem isenção de impostos e conta com inúmeros voluntários. O grupo contabiliza 151 placas de doadores comprovando que cada coluna, cada parede foi erguida com o auxílio da comunidade, que também viabilizou a compra de cada via sacra exibida nas dependências do prédio. O temor dos amigos da casa é que existe toda uma especulação dando conta da existência de um processo de negociação com uma construtora para erguer um prédio de luxo no lugar cercado de bosque.
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