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Workshop debate a soltura de animais silvestres na natureza
Workshop debate a soltura
de animais silvestres na natureza
Você encontra um animal na estrada e, cheio de boas intenções, decide devolvê-lo à natureza achando que está agindo corretamente. Certo? Não, não é bem assim. A natureza é o lugar correto, mas a soltura de animais silvestres exige a realização de tratamento, manejo adequado e posterior acompanhamento laboratorial do animal, sendo cada soltura devidamente acompanhada. O assunto foi tema de um workshop realizado hoje, dia 13, no auditório do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf) do Ministério Público estadual. O objetivo foi discutir com os integrantes de órgãos que lidam com a questão em várias regiões da Bahia as diretrizes para a soltura desses animais na natureza durante a Fiscalização Preventiva Integrada (FPI), que acontece em vários municípios baianos sob a coordenação do MP, através do Núcleo de Defesa do Rio São Francisco (Nusf), com participação de diversos órgãos envolvidos com a proteção ambiental.
Essas ações são desenvolvidas priorizando atividades como irrigação; captação de água e aplicação de agrotóxicos; extração e beneficiamento mineral; transportes e guarda de produtos florestais, vegetais e animais; abastecimento de água, esgotamento sanitário e gerenciamento de resíduos sólidos; sistema municipal de gestão ambiental e patrimônio espeleológico. Mas tem sido recorrente a apreensão de animais silvestres durante as operações e as discussões no workshop de hoje objetiva, inclusive, a melhoria da gestão da flora na Bahia. O evento foi aberto pela coordenadora do Nusf, promotora de Justiça Luciana Khoury, que destacou a importância de se conhecer as pesquisas, o que o Cetas/Ibama faz e como as operações são planejadas para, a partir daí, serem construídas soluções de parcerias na questão da soltura dos animais silvestres na natureza com a dignidade exigida. O superintendente do Ibama, Célio Costa Pinto, também defende que esses animais consigam uma vida livre equilibrada e falou das dificuldades encontradas pelo órgão que dirige desde a sua fundação em 1989. Mesmo que a gestão da fauna seja hoje responsabilidade do Inema, ele afirmou que tem mantido a parceria, cedendo o sistema e participando da capacitação daqueles que atuam nas operações conjuntas.
A Instrução Normativa 23/2014 que orienta o trabalho do Ibama e ainda não vigora em todos os estados foi apresentada pela médica veterinária do Cetas/Salvador, Fernanda Libório. De acordo com ela, deve haver uma integração à Resolução do Conama para que se alcance uma maior abrangência na soltura dos animais silvestres. Também durante o workshop, foram apresentadas experiências da FPI e do Cetas Salvador e Vitória da Conquista na soltura dos animais. Na oportunidade, os professores Caio Graco, Sérgio Luiz Gama e Selene Nogueira apresentaram a ótica dos pesquisadores na questão.
Amanhã, no mesmo local, será realizado um curso de manejo da fauna voltado para profissionais que atuam na FPI e, na quarta-feira, a atividade será prática e acontecerá no Cetas. Além de Luciana Khoury, participam do evento os promotores de Justiça Tiego Matos, coordenador do Núcleo de Defesa do Rio Paraguaçu, e Julimar Barreto, que atua em Santo Antônio de Jesus. Entre os participantes também estavam representantes da PRF, Coppa, Cippa, Guarda Municipal Ambiental, Ibama, Inema, Cemafauna, Cetas Salvador e Conquista, Sema, Jardim Zoológico, servidores do MP, pesquisadores de várias universidades e estudantes.
Fotos: Ceaf
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