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Alerta contra o abate clandestino em Ibotirama
Alerta contra o abate
clandestino em Ibotirama
Os pecuaristas e comerciantes de carne dos municípios de Ibotirama e Muquém do São Francisco (localizados, respectivamente, a 648Km e 710Km de Salvador) se mostraram receptivos à orientação dada pelo Ministério Público estadual no sentido de não mais realizarem o abate clandestino de animais até o final de fevereiro próximo, passando somente a comercializar carne devidamente inspecionada. Este foi o resultado da reunião realizada no Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães, em Ibotirama, convocada pela promotora de Justiça da comarca, Vanezza Rossi, e que contou com a presença da coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça do Consumidor (Ceacon), promotora de Justiça Railda Suzart, e de cerca de 260 participantes, entre autoridades, representantes de órgãos públicos e associações de bairros, pecuaristas e comerciantes.
De acordo com a coordenadora do Ceacon, os pecuaristas ficaram de examinar a proposta economicamente mais viável para o segmento: de transportarem seus animais para o abate em um dos frigoríficos inspecionados existentes nos municípios de Barreiras, Brumado ou Santa Maria da Vitória, ou de adquirirem diretamente destes frigoríficos a carne para comercialização em Ibotirama e Muquém do São Francisco. Um outro ponto tratado na reunião foi a instalação, no prazo de 120 dias, de açougues com balcões refrigerados para a comercialização da carne.
“O importante é que seja extinto o abate clandestino de animais, atualmente realizado nas fazendas, sem nenhum controle sanitário, e a venda da carne no meio das ruas, trazendo riscos à população e ao meio ambiente”, destacou Railda Suzart, conclamando os comerciantes e pecuaristas a se organizarem para respeitar o direito básico dos consumidores de terem acesso a uma carne de qualidade. Ela chamou atenção ainda para o fato de que Muquém do São Francisco é um dos municípios com grande quantidade de rebanho (cerca de 125 mil cabeças de gado), “mas sua população consome carne clandestina”.
Na oportunidade, a representante da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Kátia Pedrosa, falou sobre as doenças que podem ser transmitidas através do consumo de carne não inspecionada: as doenças que podem instalar-se no homem a partir de animais infectados, como a tuberculose e a brucelose; as doenças parasitárias, como as teníases, que podem acometer o homem devido ao consumo de carnes bovinas ou suínas com cisticercose; e as toxinfecções alimentares, ocasionadas pelo consumo de carnes contaminadas com bactérias patogênicas, como salmonela e staphylococus. A coordenadora do Ceacon, por sua vez, discorreu sobre o trabalho desenvolvido pelo Ministério Público em todo o Estado no combate ao abate clandestino, com resultados exitosos. Railda Suzart lembrou que, em 2003, apenas 280 mil animais foram abatidos em frigoríficos inspecionados. “Em 2008, graças ao trabalho do MP, cerca de 1 milhão de animais foram abatidos nestes estabelecimentos”.
A reunião contou, entre outros, com a participação do prefeito de Muquém do São Francisco, José Nicolau Teixeira Leite; do vice-prefeito de Ibotirama, Armindo Olímpio de Souza; juízes; secretários municipais da Saúde e Educação e coordenadores municipais da Vigilância Sanitária.