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Especialização idealizada pelo Cisp terá módulo de combate ao crime organizado na Itália
Especialização idealizada pelo Cisp terá
módulo de combate ao crime organizado na Itália
Reconhecida internacionalmente pelo efetivo combate ao crime organizado, a Itália sediará um dos módulos do ‘Curso de Pós-graduação em nível de Especialização na Área de Segurança Pública (Master Internacional)’, que será desenvolvido pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb) por idealização do Comitê Interinstitucional em Segurança Pública (Cisp). O projeto do curso e a ideia de realização do módulo específico de combate ao crime organizado foram apresentados por uma delegação brasileira, integrada pelo coordenador do Centro de Apoio Operacional de Segurança Pública e Defesa Social (Ceosp), promotor de Justiça Geder Gomes, à reitoria e à área de pós-graduação da Universidade de Pádua na última semana.
Segundo Geder Gomes, a Universidade de Pádua já tem convênio firmado com a Uneb para desenvolvimento da pós-graduação. A universidade italiana, registrou ele, tem diversos cursos na área de segurança pública e dará importante contribuição ao curso, que será iniciado na Bahia em março de 2013. De acordo com o membro do Ministério Público estadual, o módulo que será desenvolvido em Pádua contará com duas semanas de aulas (60h/aula) no segundo semestre de 2013. Além disso, professores italianos terão constante participação nos módulos que serão ministrados no Brasil. O curso será direcionado a membros do MP, Tribunal de Justiça, Defensoria Pública e integrantes da área de Segurança Pública do Estado.
A delegação baiana, composta ainda pela defensora pública-geral Maria Célia Padilha, defensora pública Cynara Fernandes, magistrados Moacir Pitta Lima e Ricardo Schimitt e pelo representante da Uneb, Gianni Boscolo, foi recebida também pelo presidente do Tribunal de Justiça e pelo procurador-geral de Pádua. Na oportunidade, eles visitaram a prisão feminina de Veneza e a Unidade Prisional de Pádua. “O sistema de justiça criminal brasileiro e o italiano são diferentes”, registrou Geder Gomes, assinalando que, lá, existe um foco muito forte no caráter humanitário e na atividade laborativa dos presos. Na prisão feminina, o tratamento às gestantes é diferenciado e as crianças permanecem por mais tempo. As celas são adaptadas e bem estruturadas para que as crianças não se sintam aprisionadas, disse ele.
Já na Unidade Prisional de Pádua, quase metade dos internos trabalha, assinalou o promotor baiano, salientando que, ao saírem da prisão, eles têm grandes possibilidades de inclusão no mercado de trabalho. “Para se ter noção, dentro da unidade existe um call center de vendas de plano de saúde”, exemplificou ele, lembrando que, conforme lhe foi informado, o índice de retorno à prisão dos que realizam algum trabalho quando lá estão é de 5%, sendo que, dos que não trabalham, 60% retornam. Para Geder Gomes, fica a percepção de que as unidades prisionais brasileiras e italianas “estão marcadas por um mesmo traço: a imposição do sofrimento. Mesmo que as condições carcerárias sejam melhores, ele existe por causa da limitação da liberdade”. “O positivo é perceber que o investimento no trabalho é possível e pode minimizar os efeitos negativos da prisão”, concluiu ele.