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Semana do MP: painel discute importância de ações ambientais e sociais voltadas à sustentabilidade
A importância da implantação e execução da “Agenda ESG – Environmental, Social and Governance”, um sistema de métricas que busca avaliar organizações de acordo com os seus impactos e performance nos pilares ambiental, social e de governança, para o desenvolvimento sustentável e mais humanizado do planeta foi destaque na manhã de hoje, dia 6, durante palestra realizada pela jornalista e advogada Rosana Jatobá na ‘Semana do MP 2022’. O sistema tem ligação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a chamada agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo Rosana Jatobá, o ano de 2022 foi difícil para agenda, “que vem sofrendo muitos golpes”, sobretudo nos Estados Unidos, onde há um movimento anti-ESG fundamentado na guerra cultural e discussões políticas, que acusam o sistema de ser contrário aos interesses econômicos da maior potência mundial. Além disso, “há uma resistência lastreada na chamada desglobalização pela necessidade de soberania, autorregulação dos países, em que se nota o retorno de movimentos que são preocupantes, como protecionismo econômico, leis antimigração e xenofobia”. Mas a agenda segue avançando, disse ela, frisando que a implementação e execução das iniciativas não deve ser restrita ao setor privado, “é algo mandatório para todos, instituições públicas e, inclusive, para o cidadão”.
Hoje, ainda existem 800 milhões de pessoas que vivem com menos de R$ 7,00 por dia no mundo. No Brasil, essa marca é de R$ 105,00 por dia, informou a jornalista, frisando a importância do envolvimento de todos para diminuição das desigualdades. Ela pontuou que a pandemia estagnou o avanço que havia sido alcançado em relação as ODS nos últimos anos, porque fragilizou sobretudo o bem-estar e a saúde da população. Além disso, foi constatado recuo em relação a ODS que tratam da paz mundial e fortalecimento das instituições em razão do aquecimento de grupos extremistas e políticas públicas que desrespeitam os direitos humanos. Hoje, 20% da população mundial sofre com violência e conflitos políticos, afirmou. Rosana Jatobá assinalou ainda que, de acordo com a ONU, o Brasil, no ritmo em que está, só conseguirá cumprir com os ODS que tratam de energia e o de parcerias até 2030.
A palestrante pontuou que, infelizmente, a agenda ainda está restrita a grandes empresas do setor privado, que têm agido por conta da preocupação com a reputação frente a pressões sociais e de acionistas. “A agenda ESG precisa evoluir nos ambientes privados e públicos”, frisou ela, citando a Suzano Papel e Celulose está na lista das melhores empresas com valores ESG, o que foi ratificado pela head global de Relações Corporativas da empresa, Mariana Lisbôa, que falou sobre o empenho da Suzano para o desenvolvimento de ações voltadas ao cumprimento de indicadores previstos na agenda. Mediador do painel, o coordenador do Centro de Apoio às Promotorias de Meio Ambiente e Urbanismo (Ceama), promotor de Justiça Yuri Lopes, destacou a atuação do MP no estímulo, por meio de ações extrajudiciais, ao desenvolvimento e execução de iniciativas sustentáveis ambiental e socialmente pelas empresas, como o caso do ‘Programa Arboretum’, desenvolvido em parceria pelo Ministério Público e a Suzano.
Fotos: Sérgio Figueiredo
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