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06/04/2018 - 07:36
Redator:
George Brito (DRT-BA 2927)
Operação “A La Carte” desarticula esquema de entrada clandestina de drogas, armas e celulares no Presídio de Salvador
Um esquema para introduzir clandestinamente drogas, celulares e armas no Presídio de Salvador, na Mata Escura, é alvo na manhã de hoje, dia 6, da Operação “A La Carte”, deflagrada pelo Ministério Público estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e da Coordenação de Segurança e Inteligência (CSI), junto com a Coordenação de Monitoramento e Avaliação do Sistema Prisional (Coordip), órgão vinculado à Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
Foram cumpridos mandados de prisão temporária expedidos contra Emerson Cordeiro Felipe, funcionário terceirizado da empresa que presta serviços de alimentação na unidade prisional, e contra Jeferson Jesus da Costa, conhecido como “Leôncio”, interno do estabelecimento penal. O auxiliar de cozinha Emerson é suspeito de repassar o material ilícito para o custodiado “Leôncio”, apontado como uma das “lideranças” do Presídio de Salvador e também como articulador da entrada clandestina de drogas, armas e aparelhos celulares na unidade, utilizados para as ações de uma das principais facções criminosas em atuação no Estado da Bahia. As investigações indicam que Emerson se valia da função exercida para introduzir os materiais ilícitos no ambiente carcerário, já tendo inclusive prestado semelhantes serviços a outros membros do mesmo grupo criminoso. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência de Emerson, em Salvador, no alojamento que o mesmo ocupava na unidade prisional e na cela habitada por “Leôncio”. Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara de Tóxicos da Comarca de Salvador. Na residência, foram encontradas armas cortantes, como peixeiras e facas, celulares e carregadores.
Segundo a coordenadora do Gaeco, a promotora de Justiça Ana Emanuela Rossi Meira, o funcionário recebia cerca de R$ 1 mil reais por semana para adentrar ilegalmente com o material e repassá-lo. O esquema foi descoberto a partir de uma informação apurada pela CSI do MP, que levou a apreensão por agentes penitenciários do celular utilizado por "Leôncio" dentro da unidade. Emerson Felipe cometia a prática ilícita há 2,5 anos. O material ilegal era trazido em mochilas ou por baixo das vestimentas e depois repassado ao detento no horário da entrega da alimentação. As informações foram apresentadas durante coletiva de imprensa realizada no final da manhã na sede do MP no bairro de Nazaré. A operação envolveu cerca de 30 pessoas, entre elas cinco promotores de Justiça. Além de Ana Emanuela, participaram da coletiva os promotores Adalto Araújo, Fernando Lucena e Leandro Meira, do Gaeco, e Edmundo Reis, da CSI; o superintendente de Gestão Prisional da Seap, Júlio César; o diretor do Presídio, Paulo Cupertino; e o tenente-coronel Samuel Moreno, representando o comandante do Policiamento Especializado (CPE), Humberto Sturaro.